sábado, 4 de março de 2017

Uma do Lula.


   Era chamado de Lula, mas seu nome é Edemilson José Silva , grande colaborador e amigo e, às vezes jogava no gol, mas era zagueiro mesmo.
  Dessas pessoas alegres, que fazem um passeio valer a pena.
E foi num passeio, ou melhor, num jogo do campeonato da favela São Remo, no Rio Pequeno(Butantã) que aconteceu a máxima.Era um jogo classificatório do torneio, mas, por ser um feriado, a partida ganhou status de festival, ou seja, quem vencesse levava um troféu.Aquele time, que tinha Alemão, Dener, Lucas, Edson e etc, já estava se tornando imbatível e o adversário era a Ponte Preta do bairro do Bonfiglioli.
   O Lula era muito alto para a idade dele, dava um certo temor nos adversários, mas isso, até ele começar a brincar, e, nessa partida ele estava desocupado, nosso time jogava muito e a bola mal chegava na nossa área, e fácil chegamos a vantagem de 4 x 0, tudo muito normal, até conversávamos entre nós e ele, é claro reclamava de estar sem fazer nada.Tudo indicava que não aconteceria nada de mais, até que, quase pra encerrar o tempo, o técnico da Ponte pediu pra substituir o centro-avante.
   Tudo normal, a não ser o fato do substituto ser um guri, que não media 1 metro e meio de altura, desses garotos que fácil ganham o apelido de cafú, típico pretinho com cabelos de índio, o calção dele batia nas canelas, foi engraçado ver ele entrar em campo, ainda ajeitando a camisa tamanho grande e foi muito mais engraçado, quando ele se posicionou na meia lua da nossa área, onde se posicionam os atacantes.
  O Lula, pra fazer graça, saiu da área pra marcar ele de perto.
Sai de perto desse guri_gritei, já sentindo o perigo eminente.
O Lula passou a conversar com o garoto, uma cena digna de comédia pastelão, um gigante e um anão, lá no banco, nós riamos.
Perdemos a bola no meio, o volante jogou a bola com muita força para o ataque, muito forte para o diminuto atacante...num lance de habilidade, o guri esticou a perna e amorteceu a bola com a perna esquerda, a bola ficou alí, parada a seus pés, do nada, com a perna direita bateu de leve e ela subiu, o Lula, que estava ainda perto esticou-se, não adiantou nada, a bola já havia o encoberto, o pequeno já a esperava do outro lado, dessa vez não a amorteceu, deu um leve toque e ela tornou a subir, antes de ela cair, virou o corpo e bateu nela, de voleio.
Já viu 2 times comemorando um gol???pois, foi isso que aconteceu a seguir.
   Maravilhados com o lance aplaudimos o guri, nossos jogadores abraçavam e cumprimentavam, como se fosse gol nosso.
No fim do jogo, o Lula entregou nosso troféu pro Cafú.

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O Niltão sempre foi esquisito mesmo