domingo, 18 de abril de 2021

O gol Diana

  Quando o Ademar da Silva surgiu no Dínamo, trouxe a alegria que o time precisava, seu jeito desengonçado e o seu total descompromisso com a seriedade, trouxe um elemento que, até então, não conhecíamos.

No meio de uma partida, era possível ver os meninos conversando entre si, em muitas vezes, rindo de piadas.

Se o Alemão partia em diagonal numa velocidade impressionante, o Ademar fazia lançamentos milimétricos de 40 e 50 metros, pura magia.
Em cada jogo, a camisa listrada, doada pelo Vô, ia se encolhendo...os meninos em fase de crescimento, se esticavam, rasgavam a camisa, a Angela costurava e ela ia diminuindo.
Todo bom elenco, tem uma musa, nesse tempo, a pequena , que jogava no elenco feminino, tinha a graça e o encantamento, isso e o fato de ser guerreira dentro de campo, faziam dela a menina preferida entre o atletas do Dínamo.
Num dia de treino, o Ademar anunciou que ia fazer o GOL DIANA, à princípio ninguém levou à serio, passaram-se os dias e o Pézão que em campo, lembrava o Rivaldo, não marcava, conta-se 3 partidas, todo mundo fazia gol, menos o Ademar, fazia partidas brilhantes, dava passe capitais e, não fazia nenhum gol.
Numa tardinha morna, no campo do Estrela, ele entrou em campo com a ideia fixa, nesse dia a musa foi assistir o jogo, posto que, o seu irmão James, jogava no time.
O Parque Ypê, já ganhava a partida, depois de varias derrotas sofridas contra o nosso "Carrossel", eles jogam na retranca, com os 10 da defesa, isso não permitia que o Alemão arrancasse, numa bola disputada o Alemão, por não ter opção de ataque, ciscou e voltou a bola pro
Lucas Sócrates
, esse procurou alguém desmarcado e não viu ninguém, o Ademar estava na linha que dividia o campo, o Lucas voltou-lhe a bola pelo alto, com uma habilidade invejável, matou-a no peito, olhou para o gol, a área lotada, a bola desceu ao solo, todos os olhos fixos nele, com calma levantou-a do chão, os marcadores se apressaram em marcar, o Alemão e o Dener, correram para se posicionar, a bola subiu uma vez mais, todos esperavam o lançamento, ele girou o corpo e bateu com força, a bola ganhou altura e descreveu um longo arco, atravessou a área, fora do alcance de todos, não havia outra solução, além de seguir a bola, o goleiro levantou a mãos e nada pode fazer, na força que ela vinha, pegou a rede no começo do travessão e a estufou, uma pintura.
Com o aplauso dos dois times e da torcida o Ademar foi ovacionado.
Esse foi o gol mais lindo do ano de 1993.
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O Niltão sempre foi esquisito mesmo